quarta-feira, 25 de abril de 2012

voce.

Estava sentindo falta de mim, minha respiração era ofegante e meu coração tava cansado, dolorido, ferido. Havia sonhos abortados no meio da sala e dos escritos, havia sufoco em minha voz e minhas lágrimas calavam os gritos. Ninguém podia ouvir, minha dor não falava mais, escorria, escorria pelos olhos cansados. Ninguém podia ver, ninguém queria ver, tristeza, solidão, recusa são insuportáveis pra quem quer que seja e meu coração sangrando não atraía ninguém, ele inegavelmente afastava.
Tinha medo, um medo inevitável de sumir no meio de tanta fuga, medo de perder as pernas na ânsia de ir pra frente que só me deixava olhando pra trás caído em meio a tudo que deixei, medo de não me querer vivo...

Meus ombros pesavam, carregavam uma mágoa de não ter falado quando devia, de ter me achado merecedor de tantas afrontas e me permitido receber tapas e empurrões da vida sem nenhum sinal de defesa.

Não havia mais descanso, não havia mais sono que aliviasse, não havia mais espera, amigos, cartas, livros, risos, fé... Havia desespero, preces abafadas pelos choros, incompreensão e um silêncio esmagador. Havia alguém que acordava comigo todos os dias e adormecia todas as noites do meu lado, alguém que me lembrava dos meus erros, que tapava minha voz, que calava meu riso. Alguém que não me permitia ao menos me perdoar.

Então você veio, você me olhou com teus olhos serenos e humildes, riu e me fez ver que você na verdade foi o único que não foi embora, mesmo que eu pedisse, mas voce ficou ali comigo. Você na verdade foi o único que quis ficar. Você foi o único que me ouviu quando minhas histórias já havia virado landainha para todos os amigos, você foi o único que entendeu meu silêncio quando minhas lágrimas me impediam de falar, você foi o único que acreditou em mim quando ninguém via razão para acreditar. Por isso que agora estamos juntos e fazendo essa história dar certo. Te gosto muito

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